CANGAÇO: FESTA DOS MORTOS EM MACEIÓ Clerisvaldo B. Chagas, 23 de janeiro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.04...

CANGAÇO: FESTA DOS MORTOS EM MACEIÓ


CANGAÇO: FESTA DOS MORTOS EM MACEIÓ
Clerisvaldo B. Chagas, 23 de janeiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.045

          31.07.1938. Maceió (AL). Em Bebedouro, Maceió, uma multidão já aguardava. Dali ao Quartel foi um corre-corre da multidão em duas alas, para vê as cabeças que eram mostradas de minuto a minuto. Os troféus acompanhavam as cabeças, também mostrados ao povo.
          As cabeças chegaram acompanhadas por uma caravana de 50 automóveis, segundo notícias do jornal “Folha da Manhã”. (Sergipe. 03.08.1938).
         Após 16 horas de viagem, chegou o caminhão ao quartel do R.P.M. aproximadamente às 21 horas. As cabeças foram entregues ao comandante da Polícia Militar.
       Da sacada do quartel o sargento Sylvestre Vianna Silva, apresentou ao povo os troféus.
       As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram mostradas do alto do caminhão. Em seguida foram levadas para o necrotério à responsa do Dr, Lages Filho, legista.
       Bezerra chegou à noite do domingo, ficou internado no Pavilhão de Cirurgia no Hospital de São Vicente com uma bala alojada na coxa esquerda, para cirurgia. Inúmeras pessoas foram visitá-lo. Deu entrevista a Gazeta. (25).
       01.08.1938. Maceió (AL). O trem do dia 10 trouxe as cabeças de Palmeira dos Índios, que faltavam, indo para o necrotério. As nove cabeças ficaram expostas ao púbico, de manhã no necrotério.
      A cabeça de Lampião foi estudada pelo legista de Maceió “Serviço Médico Legal”, Dr. Lages Filho: “A cabeça de Lampião chegou sem cérebro”.
       Fora as cabeças de Lampião e de Maria Bonita, as outras estavam já sem condições e foram sepultadas em Maceió.
       Bezerra fez uma viagem ao Rio de Janeiro para um encontro com Getúlio Vargas, depois caiu no esquecimento. Foi nomeado, após, delegado regional de São José da Lage (AL). Passou vinte anos lá.
       Todos foram promovidos. O governo do estado distribuiu cinquenta contos de reis com todos, cabendo para os soldados, à média de um conto e duzentos. Oficiais 10%; sargentos, 5% e o restante dividido em partes iguais para os praças. O crédito foi aberto pelo interventor estadual, em torno de 03.04.1939.
Promovidos:
Adrião Pedro de Souza (morto em combate), soldado, a terceiro sargento;
José Lucena de Albuquerque Maranhão, tenente-coronel a Coronel;
João Bezerra da Silva, 10 tenente, a capitão;
Francisco Ferreira de Mello, aspirante, a primeiro tenente;
Aniceto Rodrigues da Silva, 30 sargento, a aspirante;
Porfírio de Oliveira Lima, aspirante, a 20 tenente;
Valdemar da Silva Góis, 30 sargento, a aspirante.

Extraído do livro:
CHAGAS, Clerisvaldo B. & Fausto, Marcello. Lampião em Alagoas, Maceió, Grafmarques, 2012. Págs. 407-408.
  
  

ILHA DE MARAJÓ Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.044 ILHA DE MARAJÓ...

ILHA DE MARAJÓ


ILHA DE MARAJÓ
Clerisvaldo B. Chagas, 22 de janeiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.044

ILHA DE MARAJÓ. (FOTO: GOVERNO FEDERAL/DIVULGAÇÃO).
         Lembrando o velho mestre da Geografia, Alberto Nepomuceno Agra, vamos à Ilha de Marajó no estado do Pará. A maior ilha fluviomarítima do mundo faz parte do Arquipélago de Marajó com mais de 40 km2 e também conta com mais de 530 mil habitantes. Bastante conhecida na história pela sua produção artesanal em argila – cerâmica marajoara – concorre essa fama com o grande criatório de búfalos calculado em 600 mil cabeças. Recentemente algumas reportagens sobre a Ilha de Marajó, ressaltam a qualidade única do seu queijo de búfalas e o Modus vivendi do seu se sempre a mesma de dia e de noite. Entretanto, detalhes sem fins não são abordados num todo sobre o arquipélago (grupo  de ilhas) que permanece como paraíso desconhecido.
        Somente a ilha de Marajó, possui doze sedes de municípios como: Santa Cruz do Arari, Afuá, Anajás, Breves, Cachoeira de Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Porto de Pedras, Salva Terra, São Sebastião da Boa Vista e Soure. A imensa área do arquipélago está sobre Proteção Ambiental composta por várias reservapovo. Nesse lugar, cuja pluviosidade passa dos 2.000 mm por ano, a temperatura alta é quas. Há muito são mostradas nos livros de história, fotos da cerâmica marajoara com seus desenhos indígenas que impressionam. Mas a ilha também vive da pesca, da cultura da mandioca e, como já foi dito, do imenso rebanho bubalino nos seus banhados. Não é tão simples sair de Belém para o arquipélago cuja viagem leva mais de três horas sobre águas. Como se vê, muitas coisas ainda podem ser descobertas naquela área, principalmente pelos amantes da Natureza.
       Com o progresso do Brasil nas últimas décadas, proliferam estradas asfaltadas para todos os recantos brasileiros. Aumentando o turismo também se aumenta o conhecimento das Cinco Grandes Regiões Brasileiras, antes isoladas pela falta da infraestrutura. Mesmo assim, alguns pontos do Brasil continuam como isolados santuários com acesso para poucos. Exemplos são as chapadas e serras importantes que concorrem com a beleza de qualquer parte do mundo. Por outro lado, chamamos a esses lugares de paraíso, mas nem todos os viventes apreciam esses tipos de paraíso. Cada roseiral com seus espinhos. E o conceito geral de paraíso, depende do gosto de cada um. Mas que o Arquipélago de Marajó deve ter incontáveis belezas escondidas para a maioria dos brasileiros... Nenhuma dúvida.
       Vai? Boa Viagem.








                                     

RÁDIO CORREIO DO SERTÃO Clerisvaldo B. Chagas, 21 de janeiro de 2019 Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 2.043 RÁDIO...

RÁDIO CORREIO DO SERTÃO


RÁDIO CORREIO DO SERTÃO
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de janeiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.043

RÁDIO CORREIO DO SERTÃO. (FOTO: B. CHAGAS/LIVRO 230).
          Mantendo a tradição em Santana do Ipanema, Alagoas, ainda funciona plenamente a Rádio Correio do Sertão. Surgiu depois dos movimentos sociais dos anos 60 em busca de energia elétrica nos quais a cidade passou quatro anos no escuro. Com o surgimento da rádio clandestina Candeeiro à cabeça das ações para deixar as trevas o objetivo foi alcançado. Entretanto, tempos depois, além da energia de Paulo Afonso, talvez o saudosismo da Rádio Candeeiro (que deveria estar no museu) fez fundar a Rádio Correio do Sertão em 29 de janeiro de 1979.  E se a clandestina Candeeiro demonstrou força e trouxe a luz para Santana, imaginem a cidade com a bravura de uma rádio oficial com sua potência dominando os sertões. Foi com sua importantíssima cooperação que Santana do Ipanema fez clarear inúmeros órgãos públicos que fizeram desenvolver o núcleo.
          A Rádio Correio do Sertão teve início à Praça Senador Enéas Araújo, penúltima casa da esquina com a Rua Nilo Peçanha. Sendo a pioneira da região sertaneja, muito contribuiu com o Sertão inteiro, diariamente informando, mandando recados e divertindo a zona urbana e rural. Constavam programas de forró, repentistas, aboios e tantas outras atrações que cativavam seus ouvintes. O cantor, desenhista e radialista Adeilson Dantas (falecido em desastre automobilístico) foi um dos primeiros da Rádio, criando seu nome regional. Outros locutores também se tornaram famosos com a Rádio Correio do Sertão virando escola, pois, dali saíram vários profissionais para emissoras de outras plagas.
       Posteriormente a Rádio Correio do Sertão passou a funcionar à Praça Alberto Nepomuceno Agra com a Avenida Coronel Lucena, onde atua até os presentes dias. Venceu inúmeras crises internas, mas vem resistindo, mesmo com suas concorrentes que se instalaram na mesma cidade. O radialista Rânio Costa está à frente desses trabalhos, sendo um veterano formado nessa escola desde a condição de auxiliar. A Rádio Correio do Sertão fez história e é a própria história da terra de Senhora Sant’Ana.
          Quanto ao equipamento da Rádio Candeeiro (se ainda existir) poderia ser doado ao Museu Darras Noya com amplo histórico de uma das páginas mais bonitas escritas pelo povo santanense. A juventude tem que saber e se orgulhar da combatividade do seu município.