ASSIM NÃO DÁ
(Clerisvaldo B. Chagas, 1º de março de 2011).
(Clerisvaldo B. Chagas, 1º de março de 2011).
Vamos acompanhando certas coisas que não alegram a ninguém, a não ser as mesmas velhas classes que continuam medindo força com o povo. Os meios civilizados em uso pela população do Brasil parecem não fazer efeito contra os nababos do poder que permanecem à cata de vantagens. Muda o governo, mas os vícios permanecem. Temos ainda um longo período a percorrer para atingir à moralização administrativa das nações civilizadas. Quando se pensava que o congresso, parcialmente renovado, iria melhorar a sua imagem, nos deparamos com o aumento absurdo para os seus membros, chocando a sociedade trabalhadora. Não houve grito nenhum vindo de cima. O povo brasileiro esperneou, mas nada foi feito para desatar o nó cego que deram no povo não mais soberano. Quando se espera que a Justiça faça alguma coisa, o STJ sai com outro escândalo pior. E se o guardião da lei age dessa maneira, é de se perguntar a quem recorrer agora. Enquanto isso, o país do aumento absurdo recente, junta ao que já é absurdo há bastante tempo, sem um único freio que possa estacionar a sangria. Uma gigantesca propaganda continua iludindo o Magistério que se vai esfacelando, até que chega um aumento ridículo no chamado piso nacional. Foi por essas e outras medidas aleijadas que multidões invadiram câmaras e prefeituras em alguns lugares do país. Perigosamente essa democracia brasileira abusa do povo parecendo não saber sobre a guilhotina, a ignorar as rebeliões que devastam o Oriente Médio e o norte africano.
Quando nos viramos para o outro lado, vamos também notando outras coisas que não se credenciam. Todos os programas sociais não seriam atingidos por cortes nenhum, dizia a propaganda. Agora é anunciado o corte no programa Minha Casa, Minha Vida, em torno de 40%. Que coisa feia! Mesmo assim, menos feio do que o golpe do congresso e do STJ no povo brasileiro. Ainda que tudo seja legal, é imoral. Como se podem querer os olhares de países sérios dessa maneira. Qual a moral que o Brasil tem em apontar com o dedo sujo os erros de Khadafi ou de Chávez, por exemplo? As Forças Armadas continuam vivas, a paciência do povo vai tombando. Outro caso que podemos apreciar é o ministro Mantega dizer que não tem mais dinheiro para comprar os caças que iriam modernizar a nossa força. Acreditamos mesmo que não tenha, pelo menos neste ano, como diz o ministro. Mas, que ridículo para nós brasileiros a negociata daquilo que não se pode adquirir. O que pensará de nós os Estados Unidos, a França e a outra nação europeia envolvida no negócio bilionário? E o nosso orgulho para onde irá?
A presidenta Dilma pode até saber, porém, não custa falar. Quando se perde as rédeas no início, torna-se quase impossível um controle posterior. Achamos até que não é hora de querer tornar-se popular em programa de televisão, inclusive, dando preferências. Não fica bem estar mostrando como se faz bolo, quando os políticos do congresso e os impolutos do STJ já botaram a mão no bolo. Parece continuar tudo como antes, como dizia um velho político de romance nordestino: "O povo! Dane-se o povo!" Ora! Se os grandes do poder agem como fizeram com o tal aumento em Brasília, o que podem esperar das violências das ruas? Quer dizer, então, que o "X" do problema está em cima e não em lugar outro. ASSIM NÃO DÁ.
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