quarta-feira, 10 de agosto de 2011

NENHUM ANALISTA SABE


NENHUM ANALISTA SABE
Clerisvaldo B. Chagas, 11 de agosto de 2011



Toda a região onde se localiza a Síria é chamada pelos geógrafos, Oriente Médio, Oriente Próximo ou Ásia Seca. Na realidade, aquele mundo faz parte do grande deserto do Saara com seus vários nomes regionais. Não é somente entender as milenárias histórias da região ou a espinha dorsal de todas, para entender a complexidade do assunto. Muitas nações fracassam nos apaziguamentos entre os homens do deserto, justamente porque não levam em conta as particularidades das populações com todas suas características diferentes das ocidentais. Geografia, História, Sociologia e Religiosidade, são coisas básicas para um razoável entendimento de uma área tipo “barril de pólvora”. A inteligência da península já foi regiamente apresentada nos bancos escolares, mas a estrutura peculiar do Oriente parece ser o âmago de perguntas e respostas. A onda pela democracia já explodiu, mas não é somente a busca por ela que permeia hoje as convulsões sociais. Existem muitos interesses em jogo, tanto dentro como fora das áreas de conflitos.
        Foi muito boa à presença do Brasil juntamente com Índia e África do Sul no diálogo encenado com o ditador sírio Bashar Assad, que promete acabar com a repressão nos próximos sete dias. Nessa brincadeira danada no país, já morreram em torno de duas mil pessoas na agitação revoltosa que vem acontecendo desde o mês de março. A presença do Brasil foi boa, juntamente com África do Sul e Índia, pelo menos para um ato de novos interlocutores no lugar dos tão babados Estados Unidos. O desgaste sucessivo do país americano de cima, chega a irritar de tantas e inúteis diligências. A Síria é ponto nevrálgico na geopolítica das nações, principalmente as desenvolvidas da Europa. Com o continente europeu sofrendo as agruras da crise financeira e Estados Unidos também, o vácuo é invadido, então, pelas três nações que fazem parte dos BRICS. No caso particular do Brasil, é mais uma oportunidade de firmar-se no cenário global em procura de influência e respeito cada vez maiores.
        Como os problemas da região são complexos, vamos entender depois o que é a “democracia pluripartidária” que o ditador Assad pretende implantar. O subsecretário-geral para Oriente Médio, embaixador Paulo Cordeiro, do Itamaraty, foi o representante brasileiro do encontro e mantém algumas dúvidas sobre o assunto. Cordeiro é muito claro quando fala que não se deve esperar muito de Assad. O homem herdou o trono do pai, quer ficar a vida toda no poder e ainda reclama da oposição. Isso faz lembrar a quem na sua terra, caro leitor? Ninguém quer largar o osso, mesmo que um mar de sangue forme-se em derredor. A cegueira aos anseios populares e o mar de sangue quase sempre fazem sucumbir o próprio cego afogado no borbulhar do vermelhão. O futuro da Síria também está em jogo, mas certinho, certinho mesmo como será o resultado, NENHUM ANALISTA SABE.







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