DILMA E A BULGÁRIA
(Clerisvaldo B. Chagas, 3 de novembro de 2010)
Descobertas as origens da candidata e agora presidenta do Brasil, a Bulgária entrou na pauta da mídia. Bulgária, país dos Bálcãs, banhado pelo mar Negro, é de acumulados sofrimentos e rico em história. Os Bálcãs são cordilheiras que na Bulgária cortam a parte central do país de leste a oeste. Mas também há planícies e colinas fazendo contrastes e rios importantes como o imortalizado pela música clássica, Danúbio. Em tempos mais pertos, a Bulgária estava ligada e dependente da União Soviética, tendo sua economia sido abalada ao final dessa ligação. Não se pode desprezar o seu compromisso na primeira e na segunda guerra mundiais ao lado das potências derrotadas. Por longos períodos conturbados da sua trajetória, foi difícil para a Bulgária sair do atraso tradicional. Foi justamente numa dessas fases de aperto em que o pai de Dilma veio para o Brasil, constituindo nova família, progredindo e implantando em sua nova pátria o sobrenome Rousseff. A língua búlgara é a mais falada, indo a 96% naquele país, cuja religião é de maioria da Igreja Ortodoxa Búlgara. O catolicismo demonstra pouquíssimos seguidores e não chega a 2%. Atualmente a Bulgária recupera-se dos tempos duros, crescendo a mais de 4%, foi aceita pela União Europeia e possui uma capital organizada. E por falar em capital, Sófia é o seu nome, originário da Mártir Sófia, obrigada durante o império romano, a assistir a tortura e morte das filhas, sob as ordens de Adriano, o imperador.
Sem nenhum grande destaque no mundo, a Bulgária descobriu que um dos seus descendentes, Rousseff, era candidato a presidência desse novo Brasil que impressionou o planeta no período Lula. Isso terminou em comoção e Dilma passou a ser a heroína que faltava àquele país. A mídia da Bulgária não fazia outra coisa durante semanas, a não ser acompanhar em rede nacional a trajetória da candidata Rousseff. Agora a vitória de Dilma deu alma nova àquele povo como se uma búlgara houvesse mesmo se tornado presidenta de um dos maiores países do globo. A comoção transformou-se em orgulho nacional lá do outro lado do Atlântico. Na Bulgária é festa todo dia com a vitória da filha mais ilustre. Claro que isso também é motivo de alegria para o Brasil. Reforça uma parceria na região do leste europeu que sempre foi cultural e comercialmente distante de nós.
A primeira viagem oficial de Dilma Rousseff a Europa, deveria, em nossa opinião, ser a terra das suas raízes, da qual já recebeu convite com essa finalidade. Dilma afogar-se-ia no orgulho daquela população eufórica com um gesto de humildade e atenção, coisa que somente faria bem a ela própria no mundo político exterior. O seu carinho com a neta nascida há pouco, coincidiria com a luta atual da Bulgária pelo aumento da sua população crescida negativamente. Depois do que viu pela televisão, não temos dúvida de que a presidenta terá um relacionamento especial entre DILMA E A BULGÁRIA.
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