O PADRE VOADOR
Clerisvaldo B. Chagas, 05 de outubro de 2011
Estamos chegando aos 326 anos de nascimento do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão. Nascido em Santos e conhecido no mundo inteiro como o inventor do balão, o padre cientista faleceu na cidade de Toledo, Espanha, em 19 de novembro de 1724. Na realidade, Lourenço era inventor, todavia, o balão, também chamado aeróstato, parece ter sido o mais famoso deles. Quando muito novo, após estudar na região em que nasceu, ingressou num seminário em Cachoeira, Belém, onde iniciou a sua vida de invento. Fez chegar água no morro de cem metros de altura, onde ficava o seminário, através de um maquinário inventado por ele, com grande sucesso. De Belém transferiu-se para Salvador onde foi para a Companhia de Jesus de onde saiu antes de ser ordenado. Viajando pela Europa registrou invento de uma máquina de drenagem. Viveu em Paris trabalhando como ervanário, depois voltou a Portugal onde foi acusado em campanha difamante e fugiu da Inquisição, indo para Espanha, no final de setembro de 1724. Para despistar ou não, dizem que ele se converteu ao Judaismo. É de se ver que a primeira patente outorgada a um brasileiro, foi a da sua máquina de fazer subir água às alturas. O padre estudou em Portugal e foi recebido por reis e outras autoridades por onde passava na Europa. Em Lisboa, o padre Bartolomeu Lourenço pediu patente para um “instrumento para se andar pelo ar” Esse instrumento seria mais tarde o que foi denominado aeróstato ou simplesmente balão. Essa patente foi concedida no dia 19 de abril de 1709. A notícia cruzou rapidamente a Europa, causando grande celeuma. Imaginem um instrumento andando no ar! A imaginação fértil do povo fez alguém desenhar uma barca voadora em forma de pássaro, desenho esse que ficou conhecido com “passarola”. Estava inventado o balão por um brasileiro, precursor do aeroplano que a cada dia mais se aperfeiçoa e também foi inventado por outro brasileiro Santos Dumont.
O padre angariou muito prestígio em Portugal, mas os seus inventos de vários balões, sempre testados para a sociedade portuguesa, ainda não podia transportar uma pessoa e foi declarado perigoso. Poderiam causar incêndios. Assim, entre avanços e recuos, o padre foi aliando sua vida religiosa às suas invenções, em ideias iluminadas que bem serviriam ao mundo da época e o futuro da humanidade. Bartolomeu, tendo adoecido gravemente, “recolheu-se ao Hospital da Misericórdia, em Toledo, aonde veio a falecer aos 38 anos”. Sua tumba só foi localizada após várias tentativas, e só ocorreu em 1856. “Parte dos restos mortais foi transportada para o Brasil e se encontra, desde 2004, na Catedral Metropolitana de São Paulo”.
Sendo uma das maiores figuras da história da aeronáutica mundial, palmas e louvores para O PADRE VOADOR.
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