FIRMEZA
Clerisvaldo B. Chagas, 27 de outubro de 2011
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, “disse nesta quarta-feira (26) que o Brasil tem a oportunidade de tomar passos importantes e de passar de um país que se abstenha para um país que atua”. Essa declaração refere-se às recentes abstenções do Brasil. Quando a coisa aperta, nossos representantes costumam apelar para um direito que existe: a abstenção. Foi o caso da ONU sobre conflitos na Líbia e Síria. Sempre achei feia, desde os tempos de estudante, a atitude da abstenção. Seja ou não seja, estude bem antes e defenda seu ponto de vista, agrade ou não agrade, acho que é assim que deve ser. Como você pode voar mais alto se os seus atos são insignificantes e mesquinhos? No caso das votações, a abstenção é um direito sim, mas não se deve abusar do seu refúgio, pois você perde a credibilidade de ambos os lados da questão. Falando sobre o Brasil, ele não pode se comportar como o “Mané”, o sem valor da política local. Para atingir o ponto procurado é preciso ousar com resolução e argumentos, pois, ninguém, nem ontem nem hoje em qualquer lugar do mundo respeitou o “banana”.
A gente fica preocupada quando chegam estrangeiros por aqui dando lições. E lições de estrangeiros vão doendo mais ainda, principalmente se for da classe de embaixadores e de outros semelhantes. Porém, não custa nada fazer que não se ouve, mas tomar a lição se for proveitosa. Quanto à opinião de Shannon sobre um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, parece ser apenas o que ele representa: embaixador. Está aí para dá o recado que “papai” mandou. É bom refletir, péssimo se não aprender a lição, um desastre se continuar sem FIRMEZA.
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