quinta-feira, 6 de outubro de 2011

UMA PRIMAVERA PERMANENTE

UMA PRIMAVERA PERMANENTE
Clerisvaldo B. Chagas, 07 de outubro de 2011
          Prossegue a luta dos palestinos pelo reconhecimento diante das Nações Unidas. Os palestinos deram mais um passo importante rumo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura), pois houve respaldo do conselho executivo para a adesão plena do estado palestino à agência da ONU. Claro, os Estados Unidos criticaram a medida, pois eles criticam tudo que é do lado contrário a Israel. O pedido não deixa de ter sido uma vitória para Mahmoud Abbas, pois foi aprovado por 40 dos 58 membros do conselho executivo da UNESCO. Isso leva o assunto para o passo seguinte: a votação pinga-fogo pelos 193 países membros do organismo, no dia 25 deste mês. Não se tem dúvidas que esse dia será histórico, tanto para todo o Oriente Médio, quanto para o mundo inteiro. Direta ou indiretamente, todos sentirão a força do ato depois, caso sejam aprovadas as pretensões dos palestinos. Estados Unidos e Israel acusam os palestinos de quererem isolar os israelenses ao angariar apoio mundial para a criação do seu Estado. Esquece Israel que os seus filhos também andavam espalhados pelo mundo, até que conseguiram um Estado na região dos seus antepassados. Essas brigas com vizinhos não são de agora; vêm desde os templos bíblicos dos juízes; lembra-se de Sansão?
           Negar um estado aos palestinos que ele mesmo, Israel, anexou terras ao seu território e não quer devolver, demonstra apenas a má vontade para uma boa vizinhança. A paz existe quando os corações estão abertos para recebê-la. A imposição de tréguas pelas armas e pelo ódio, jamais dará a segurança procurada por ambas às partes, pondo sempre em risco a explosiva região que anda, permanentemente, com palitos de fósforos entre os dedos. “Vocês apoiaram a primavera árabe que buscava a democracia e liberdade. Agora a primavera palestina chegou, pedindo a liberdade e o fim da ocupação. Nós merecemos o apoio de vocês”, disse Abbas.
           O adiantamento desses pedidos diante da opinião mundial deve ser aprovado para que a Palestina se torne um Estado e membro da ONU. Mesmo que haja o veto dos Estados Unidos no Conselho Permanente, uma vitória de Israel significaria na verdade, uma grande e retumbante derrota moral para Estados Unidos e perene dor de cabeça para o próprio Israel. Muito melhor para ambos, curvarem-se ao peso do mundo, criar o estado palestino e mudar a mente de rejeição por aceitação, para uma paz negociada no mesmo nível de respeito social e humano entre vizinhos de terras do mesmo e único planeta. A solução também é única. Ou se entende e se age assim ou se segue a sabedoria sertaneja: babau! No verão do foco das religiões, parece não existir desejos por UMA PRIMAVERA PERMANENTE.






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