DETALHES DA HISTÓRIA
(Clerisvaldo B. Chagas. 9.4.2010)
É com imensa satisfação que comemoramos esta crônica de número 250. A maior parte desses trabalhos foi apresentada no Portal Santana Oxente, acrescentados também no blog do autor e no Portal Maltanet. São 250 trabalhos divididos em CDs de apenas 50 crônicas que poderão ser transformadas em livros depois de selecionadas. Os mais diferentes assuntos caracterizam a versatilidade de quem as escreveu. Nunca ninguém em fase alguma exaltou tanto a sua terra como o escritor Clerisvaldo. Nos romances, no conto, no paradidático, na História... Nas crônicas e poesias. As crônicas falam para o mundo, mas com certeza se houver uma seleção destacando as que exaltam a terra, darão um livro de história de Santana com vários nuances. Modéstia à parte, o autor merece nome de bairro em Santana, pois nome de escolas e ruas está cheias de escritores que abandonaram a terra e sumiram. Foram desencavados por padrinhos do poder. É hora de saber quem ficou batalhando na trincheira santanense sozinho e até agora. E para comemorar o número do marco, vamos mais uma vez nos voltar para Oscar Silva.
Não me lembro de nenhum tombamento de prédios públicos ou particulares em Santana do Ipanema. Aliás, tombamento em Santana é queda mesmo. Quando se juntam descaso, indiferença e ignorância, o resultado é óbvio.
Fui o primeiro escritor santanense a tirar Oscar Silva do esquecimento e apresentá-lo a essa juventude. E para aqueles que gostam de detalhes, resolvi acrescentar algo sobre à casa de Oscar Silva pois ele mesmo foi o primeiro a não se envergonhar do lugar em que habitou. Fora a flandreleira “Zifina”, sua avó (já falei sobre ela nessa coleção de 250 crônicas), conheci como segundo proprietário daquela casa trepada no barranco defronte a de meu pai, um casal da qual a mulher era macumbeira. Ser macumbeiro naquela década de 50 não era fácil. Por isso ou por aquilo, principalmente por causa da língua, a tal mulher terminou levando tremenda surra de chibata de bater em cavalo. Foram os autores o senhor José Urbano (morador defronte) e Antonio Néris, marceneiro, vizinho da mulher, apenas separados por uma casa. A macumbeira não amanheceu o dia em Santana. Depois, lembro que a casa foi ocupada por Antonio Porqueiro, conhecido assim porque matava e vendia porcos. Gente boa. Dessa família simpática destaco três dos filhos de Antonio. “Julinho”, que jogava peladas nas areias do Ipanema. Só jogava sorrindo e aplicando sucessivos dribles curtíssimos nos adversários. Jamais vi coisa igual. Francisco, o mais velho, moreno, forte (parecia um mexicano) terminou envolvendo-se em coisas pesadas lá para as bandas de Maceió. Coisas que os santanenses custavam a acreditar. E “Zé Porquinho”, novo, simpático, parece que a ele o futuro mostrou o mesmo caminho de Francisco. Desintegrou-se a família do compadre de meu pai. A casa passou muito tempo fechada e depois foi adquirida pelo senhor José Urbano e esposa “Florzinha”; demolida, faz parte agora do quintal vizinho. Sobre à casa do meu escritor santanense predileto, está aí para quem gosta de DETALHES DA HISTÓRIA.
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