FÃ ARRETADO
(Clerisvaldo B. Chagas. 21.7.2010)
Como já foi dito nesse espaço, um fã da cantora Clemilda sou eu. Somente Marinês teve mais fama antes, e virou mito com o título “Marinês e Sua Gente”. Já no ocaso da cantora paraibana (talvez) surge uma voz peculiar, “amundiçada”, agressiva e alegre no mundo nordestino do forró. Clemilda Ferreira da Silva nasceu em Palmeira dos Índios, agreste de Alagoas. Veio de família humilde e nunca pensou em vida artística até o seu importante despertar. Aos 20 anos, a futura cantora foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou de garçonete. Nas horas de lazer frequentava programa de rádio. É interessante que em muitos casos, as pessoas nem suspeitam em que irão se transformar quando sonham com outras coisas tão distantes. Pode ser que a sina esteja perto e camuflada, aguardando somente a hora de agir. Clemilda começou a interessar-se por música nessas ocasiões. Certa feita ela cantou pela 1ª vez na rádio Mayrink Veiga (1965) no programa “Crepúsculo Sertanejo”. Foi ali que a mulher conheceu o sanfoneiro Gerson Filho ─ também alagoano ─ e com ele casaria. Gerson já era famoso e, Clemilda passou a acompanhá-lo como uma espécie de coadjuvante. Gerson Filho fazia muitos shows em Sergipe e assim Clemilda com ele acelerou sua carreira.
A partir de 1967, a cantora começou a gravar seu próprio disco. Em 1985, estourou nas paradas com “Prenda o Tadeu”:
“Seu delegado/ prenda o Tadeu
Ele pegou minha irmã/ e..."
Atuando no rádio e televisão, ganhou o seu 1º disco de ouro em 1985. O 2º disco de ouro veio em 1987. Com a morte do companheiro, em 1994, a cantora deixou de fazer shows. Talvez o saudosismo tenha-me feito lembrar as músicas de Clemilda. A cantora sempre atuou no estado sergipano, mas nunca se esqueceu de cantar Alagoas, terra sempre presente em suas composições. (O leitor bem sabe que não são poucos os que negam as origens). Eu vibrava quando ela estremecia tudo com voz poderosa falando em nosso estado:
(...) Alagoas deu Penedo
Sergipe deu Propriá...
Ou então quando ela manda um recado para Alagoas que estará chegando:
(...) mande avisar a Penedo
Arapiraca e Traipu...
Clemilda sempre foi uma cantora preocupada com os dois estados. Promovia a ambos no seu canto de patativa. Em uma excursão a pé a foz do rio Ipanema, eu cantava pela serra das Porteiras e o eco respondia: “Cuidado com o Tadeuuuuu! Eu, eu, eu, eu...” Sua música estava em pleno auge. (“Ipanema, um rio macho”, livro inédito). Agora desligado do mundo do forró, eu quis saber se a cantora ainda era viva. Descobri essas informações e ainda que a Clemilda apresenta o programa “Forró no Asfalto”, na TV Aperipê de Aracaju.
Um abraço enorme, então, Clemilda, desse FÃ ARRETADO!
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