PADRE CÍCERO
Clerisvaldo
B. Chagas, 20 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.348
PEDRA DO PADRE CÍCERO (FOTO: B. CHAGAS). |
“O padre Cícero morreu em Juazeiro do Norte em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, encontrando-se
sepultado na Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na mesma cidade”.
Muito se tem falado sobre o padre do Juazeiro. São inúmeros livros, artigos,
discursos, teses e muito mais. Foi eleito o cearense do século e um dos 100
maiores brasileiros, popularmente é considerado o grande santo Nordestino. Após
sua transferência acredita-se que espiritualmente esteja fazendo o dobro pelos
seus devotos sertanejos. Em Alagoas, a sua maior romaria é na chamada Pedra do
Padre Cícero, situada na BR-316 no município de Dois Riachos. Seu oratório foi
construído sobre um bloco rochoso às margens da rodovia pelo agricultor José
Antônio Lima (falecido) como motivo de promessa nunca revelada, em 1956.
Daí em diante
sucederam-se as visitas dos seus devotos e o oratório e seu acesso foram
sofrendo modificações para melhor, visando mais conforto aos visitantes. Com
medo de cair de cima da rocha, um padre pediu uma capela lá em baixo para
melhor acomodar os seus fiéis. A capela
foi construída e as missas ali são realizadas. Além de visitas o ano inteiro, o
auge mesmo é no dia de hoje, 20 de julho, quando romeiros de vários estados e
de todos os lugares de Alagoas, lotam as imediações. Multidão, ônibus, vans,
carro pequenos, motos, cavalos e burros tomam os terrenos vizinhos coisa que só
se vê no Juazeiro. O trânsito fica difícil na BR-316 imediações da Pedra.
Inúmeras promessas são pagas e outras feitas, muitos fogos lançados ao ar e
peças representativas do corpo humano são entregues pelos seus fiéis
seguidores.
O padre Cícero
Romão Batista, espiritualmente, toma conta e age tanto no Juazeiro do Norte
quanto no bloco rochoso do município de Dois Riachos. Como nosso “santo”
predileto, já balançamos as pernas de Santana do Ipanema às escadarias de
concreto do seu oratório para agradecer de perto uma das tantas e tantas graças
alcançadas através da sua intercessão. O dia da morte do “meu padrinho”,
tornou-se uma festa religiosa de grandes proporções ali pertinho do afluente do
rio Ipanema. Até Lampião dirigiu-se à Grota dos Angicos, em Sergipe, para
descansar durante a semana da morte do santo nordestino.
Estamos prestando
essa homenagem em época de pandemia e nem sabemos como os dirigentes da festa
irão fazer para evitar aglomerações.
Suas bênçãos continuam, porém sobre nós.
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