ARAPIRACA
Clerisvaldo B. Chagas, 16 de julho de 2020
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica:
2.346
ARAPIRACA (FOTO: B. CHAGAS/ARQUIVO). |
Bafejada pela posição geográfica Agrestina,
condições de relevo e solos férteis, a terra das arapiracas surpreende cada vez
mais na dinâmica urbana em todos os setores da Sociologia. Com mais de 200 mil
habitantes, converge para si, municípios do Agreste, Sertão e Baixo São
Francisco, agindo soberbamente como capital do interior de Alagoas. Originária
de uma feira de fumo, mesmo antes da sua emancipação política, criou em torno
dessa feira, a mais surpreendente cidade das Alagoas. E aquela feira de fumo do
início, hoje movimenta mais de um milhão de reais em sua diversidade. Na feira
de Arapiraca tudo tem, fala a expressão regional no seu modo de dizer.
O movimento em todo o sertão alagoano tem como
alvo o comércio e a prestação de serviços de Santana do Ipanema, uma espécie de
capital sertaneja em torno de 50 mil habitantes. Além do seu pujante comércio,
seus cursos superiores dão uma dimensão de polo educacional que atrai sertão,
alto sertão, sertão do São Francisco, trazendo até mesmo pessoas dos estados
vizinhos de Sergipe e Pernambuco. Mas, o déficit das suas ofertas, é procurado
na cidade de Arapiraca, quando não na falta do produto surgem os valores da
concorrência Agrestina. No caso de não se encontrar o que se procura nas
Arapiracas, as opções estão em Maceió, Caruaru (outra potência) e Recife.
A prometida e falada duplicação asfáltica
Arapiraca - Olho d’Água das Flores (a 18 km de Santana) poderá mudar os hábitos
dos santanenses e outros sertanejos no uso da BR-316 para Maceió via Palmeira
dos Índios. Nesse caso, o trajeto por Arapiraca teria a preferência. E como
ficaria então, Palmeira dos Índios sem o grande fluxo de veículos vindo do
sertão? Somente o tempo dirá se Palmeira pode ficar ou não sem esse movimento.
Olho d’Água das Flores será o grande beneficiado, assim como Batalha e outros
municípios que compõem a chamada Bacia Leiteira. Santana não teria tanto ganho
na sua expansão, pois existe outra rota Alto Sertão – Maceió que não passa
necessariamente pela nossa cidade, mas por Olho d’Água do Casado e Olho d’Água
das Flores.
Porém, todo progresso é bem-vindo.
O tempo dirá o que nos reserva. Aguardemos.
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